Mãe de gêmeos – Nem sempre o resultado é trabalho em dobro. A recompensa sim, essa é em dobro!

Quando convidei a Maria Clara para compartilhar sua experiência como mãe de primeira viagem do Benjamin e da Isabela ela logo aceitou!

Isso aconteceu na sexta e ela disse que me retornaria hoje, segunda. Imaginem o quanto a Clá é dedicada e organizada, pois acabei de receber duas páginas escritas!

Então, é com este lindo relato da mãe do Ben e da Bela que iniciamos a semana da Primavera aqui no Blog Palavra de Mãe.

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A vontade de ser mãe apareceu há uns três anos, pouco antes de casar. Antes disso ela me parecia uma ideia distante, do tipo “quem sabe um dia?”. Não sei exatamente o porquê, mas acho que eu sentia que tinha que colocar muita coisa no lugar pra que um filho chegasse: ter estabilidade no trabalho, viajar um pouco mais, casar, ter nossa própria casa… Essas coisas que eu julgo tornarem a experiência da maternidade mais leve. Apesar disso, uma ideia eu tenho desde que me entendo por gente: gêmeos! Sempre achei incrível duas vidas geradas ao mesmo tempo e sempre pensei que se ter irmão é fundamental, ter um irmão gêmeo é ter uma metade sua fora corpo, é ter um melhor amigo por resto da vida e desde o ventre da mãe, numa sintonia que só os gêmeos têm. O fato de ter alguns casos de gêmeos na minha família e do meu marido botou mais lenha na fogueira do meu sonho.

Mas na vida real as coisas nem sempre são simples. Quando eu e meu marido decidimos que era a hora, não perdi tempo e procurei minha médica da época pois tinha alguns problemas hormonais (que tenho até hoje) e queria começar uma investigação pra saber se teria alguma dificuldade pra engravidar. Felizmente, ela considerou minha angústia e imediatamente começamos a investigação. Após alguns dias de exames e consultas, saí do consultório com a receita de um indutor de ovulação e com o medo de não dar certo. Apenas num ponto eu estava feliz e satisfeita: esse medicamento aumentaria consideravelmente minhas chances de uma gravidez gemelar! Cinco meses se passaram e finalmente descobri que estava grávida! Não sei aqui descrever o que eu senti na hora, só chorei e rezei em gratidão.

Com 5 ou 6 semanas de gestação, na primeira ultra, vi uma manchinha a mais no monitor e perguntei “O que é essa outra manchinha?” e a resposta veio com um sorriso “É o outro bebê”. Se tivesse um rojão ali na hora, eu teria soltado. Não tinha e eu só chorei mesmo, mas tive vontade de sair da sala do médico gritando de alegria! Estava sozinha porque meu marido trabalha em Fortaleza e liguei pra ele a fim de contar a novidade. Era hora do almoço e ele quase morreu engasgado (hahaha). Em seguida liguei pra Deus e o mundo contando a boa nova, e também contei pra quem passou na minha frente! Eu estava eufórica! Meu sonho tinha se realizado! Eu estava flutuando nas nuvens até que, na consulta seguinte, a médica me disse que eu não deveria comemorar nada, porque um dos gêmeos ainda poderia ser absorvido pelo meu organismo. Assim, no seco, como estou transcrevendo agora. Como assim? Saí de lá gelada e nunca mais voltei.

Por indicação de uma amiga médica, troquei de obstetra. A essa altura o meu ritmo de vida e de trabalho já estava mandando a conta e tive um sério descolamento nas duas placentas com aproximadamente 10 semanas de gestação. Fiquei por dois meses em repouso absoluto sem sair da cama, fui afastada do trabalho desde então e assim fiquei até o final da gravidez. Mesmo com o descolamento resolvido continuei, por recomendação médica, sem trabalhar, sem dirigir, sem subir escada, sem fazer atividade física nem fazer nenhum outro tipo de esforço. Tive uma gravidez de risco, difícil, com muitas dores e dificuldades até pra andar. Andei de cadeira de rodas algumas vezes e fiz meu ensaio de fotos em casa porque não tinha condições de sair para fazer em outro lugar. Para preencher meu tempo durante esse período, li alguns livros sobre como cuidar de bebês e sobre como criar filhos gêmeos, além disso, assisti às aulas teóricas do curso para gestantes da UFRN. Li muitos blogs e também comprei quase todo o enxoval dos meus babies pela internet, que pra mim era a opção mais viável.

Durante a gravidez, ainda tive pequenos desmaios por queda de pressão e a partir do 6º mês minha pressão começou a subir rapidamente, me levando a ser internada na 33ª semana com pré-eclâmpsia e absurdamente inchada.  Em 3 dias e após vários exames, minha obstetra me comunicou que não poderíamos mais esperar pois  já estávamos em risco, eu e meus bebês. Confiei nela, mas com o coração apertado pois sabia que eles ainda eram muito pequenos e ainda não tinham nem 2 quilos cada um. E foi assim que, numa sexta-feira 13 de muita chuva e muitas lágrimas, meus amores vieram ao mundo chorando alto e forte. Ainda me lembro do alívio e da emoção que senti ao ouvir o choro deles, já que meu maior medo àquela altura era de que eles nascessem fraquinhos. Que nada! Nasceram fortes, saudáveis e ficaram na UTI apenas por uma hipoglicemia. Benjamin ficou um dia e Isabela, três.

Os primeiros dias com os gêmeos em casa foi uma loucura! Ainda não tinha conseguido ninguém pra fazer as tarefas da casa e estávamos, eu e meu marido, aprendendo na marra como cuidar daquelas criaturinhas tão pequenas. As tarefas se acumulavam e o cansaço era tanto que por muitas vezes pensei que estava enganada ao pensar que estaria pronta pra ser mãe. Chorei muitas vezes. O primeiro mês de um bebê é, certamente, uma avalanche na vida de qualquer pai e mãe de primeira viagem. Apesar disso, tentávamos sempre manter a calma, aproveitávamos cada momento e era uma felicidade quando eles abriam os olhinhos e ficavam nos olhando com aquela cara de “quem é você?”.

Após o primeiros mês, as coisas foram melhorando rapidamente. Começamos a  acostumá-los com uma pequena rotina e tudo foi ficando mais fácil. Eles também foram se acostumando com a gente e com o mundo. Os medos e inseguranças foram passando, fui ficando mais segura, acreditando mais em mim e no meu coração de mãe. Os pitacos que recebia passaram, a partir dessa fase, a definitivamente entrar por um ouvido e sair pelo outro e isso foi libertador! Comecei a verdadeiramente me divertir e foi aí que tudo melhorou. Até as noites mal dormidas ficaram mais fáceis! Consegui contratar uma boa pessoa para me ajudar com a casa e meu cantinho foi entrando nos eixos novamente. Não tenho babá e conto com a ajuda de toda a família que sempre que preciso vem me dar uma forcinha. Meu marido continua trabalhando em Fortaleza e quando ele chega no fim de semana nossa família fica completa. Ele é um paizão e me ajuda com tudo.

Nessa minha pequena experiência como mãe de gêmeos, passei a observar através das muitas coisas que já ouvi, que as pessoas que nunca criaram gemelares tendem a pensar que ter dois bebês é caótico e enlouquecedor. Associam à trabalheira que tiveram com um filho e simplesmente multiplicam por dois. O problema é que quem tem gêmeos sabe que essa não é uma equação perfeita, que nem sempre o resultado é trabalho em dobro e que com organização e ajuda as coisas podem ser feitas meio que em série e sem grandes atropelos… Por exemplo, é hora do banho? Separo a roupa dos dois, coloco água, banho e visto um bebê, troco a água, banho e visto o outro bebê. Temos que sair de casa? Uma bolsa está sempre pronta com as coisinhas deles, coloco a bolsa e os bebês no carro e vamos embora! Simples assim. Dá trabalho? Claro que dá! Criar filhos dá trabalho mesmo, a pessoa tendo um, dois ou três. No caso de gemelares, a recompensa sim, esta é em dobro… sorrisos em dobro, bochechas em dobro, cheirinho de bebê em dobro, dobrinhas em dobro, carinho em dobro, amor em dobro.

Enfim, não me sinto uma supermãe porque tenho gêmeos e dou conta da função sem achar um bicho de sete cabeças. Pelo contrário, sei que não sou perfeita, mas sei também que os meus filhos terão sempre a melhor mãe que eu puder ser e que nossa família ainda terá muitas alegrias em dobro na vida.

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Maria Clara Simplício, 31 anos, professora.

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Incrível mesmo não é a Maria Clara ser mãe de gêmeos.

E sim uma mãe de gêmeos (que acabaram de nascer) esclarecer e (por que não) desmistificar que ter gemelares não é o caos.

Lendo a história dessa gestação tão sonhada, desejada e realizada percebi uma coisa: uma mãe determinada!

Clá, agradeço de coração sua disponibilidade em atender o meu pedido.

Parabéns pela maternidade ativa e consciente!

Quarto de gêmeos

Antônio e o Felipe são filhos de um casal de designers.

O quarto deles tem parede lousa para anotações da rotina e quadros feitos pelos pais.

A mamãe Mariana aproveitou um tempo de repouso na gestação e costurou os móbiles.

Vamos conhecer este quartinho!!!

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Varalzinho na porta com os apelidos dos bebês.

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Por dentro tem um quadro com os nomes e pratos com as iniciais.

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Eu acho berço amarelo lindo! E a parede de tijolinhos? Confesso que pensei na poeira nos cantinhos…

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Adorei a cômoda que deve ter sido forrada com papel adesivo vinílico.

Essa paleta cinza, amarelo, preto e branco é harmonia pura.

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Mamãe e filhotes felizes!

No site Casa Aberta tem mais fotos da incrível casa dessa família.